quinta-feira, 17 de maio de 2012

Os segredos do campeão Eduardo Corrêa



"A obsessão pela minha forma física se limita aos objetivos que tenho como atleta."

Uma rotina de treinamento físico pesado. Horas de musculação, fisioterapia e uma dieta controlada. Esses elementos, aliados a vontade de ser campeão, fizeram Eduardo Corrêa marcar seu nome na história do fisiculturismo mundial. Além de ser o único brasileiro com título profissional, é um dos cinco atletas do mundo que conquistou um título na estréia como competidor profissional.Eduardo nasceu em Florianópolis (SC) e, com 28 anos, está no inicio de uma carreira que promete grandes prêmios.
O fisiculturismo é um esporte que estimula os competidores a buscar, por meio da musculação, a melhor formação e definição muscular. As competições ocorrem da seguinte maneira: os atletas fazem a apresentação (coletiva ou individual) para os juízes que avaliam volume, simetria, proporção e definição muscular. A partir da comparação entre os concorrentes, elege-se o melhor.
A Federação Internacional de Fisiculturismo (IFBB) regula o principal campeonato mundial: o Mr. Olympia, onde Eduardo conquistou o terceiro lugar em 2009. Isso após ser o campeão do Pittsburgh Pro, competição da IFBB que aconteceu em maio do mesmo ano na Pennsylvania (EUA).
Praticante de uma modalidade pouco conhecida no Brasil, Eduardo vislumbra o dia em que fisiculturistas serão respeitados no país da mesma maneira que no exterior.
Confira a entrevista exclusiva com o campeão.


Como virou um superatleta?
Minha iniciação no meio esportivo foi por meio do futebol de campo e futsal. Procurei uma academia de musculação com o objetivo de melhorar meu condicionamento físico e aumentar meu desempenho como jogador.
Logo nos primeiros meses de treinamento com pesos foi notável minha aptidão pela modalidade. Então comecei a participar de campeonatos de levantamento de pesos, antes de seguir a carreira como bodybuilder (fisiculturista). As dificuldades que enfrentei na época de amador são as mesmas que enfrento até hoje, mesmo depois de me tornar o único brasileiro a conquistar um titulo profissional. São questões relacionadas à falta de incentivo, seja financeiro ou por meio de uma divulgação que mostre realmente o glamour desta modalidade no exterior, e não apenas matérias que retratam os hábitos de vida, considerados estranhos para a maior parte do público.
Felizmente, nos últimos meses as coisas estão melhores. Mas, com a profissionalização, cresceu a demanda financeira.


Recentemente você venceu o Pittsburgh 202. Qual a importância do título na condução da sua carreira?
Com a conquista em Pittsburgh entrei para o grupo de atletas que conquistaram seu primeiro título profissional logo em sua estréia, fato que repercutiu bastante na mídia internacional. Apenas cinco atletas em toda a história do esporte conseguiram isto. E me tornei o único brasileiro com título profissional. O título garantiu uma vaga para o Mr. Olympia, que é o maior e mais tradicional evento de bodybuilding da atualidade. Após esta conquista, surgiram excelentes propostas para capas de revistas internacionais e oportunides de patrocínio.

Como funciona o patrocínio para fisiculturistas?
A minha modalidade mobiliza milhões de pessoas em todo o mundo, direta ou indiretamente, por meio do mercado de suplementos, equipamentos e máquinas, pesquisas, vestuário, entre outros. Todos estes segmentos de mercado podem investir no atleta de modo que sua imagem venha a contribuir para o seu crescimento. Ao me tornar profissional recebo um premio em dinheiro nas competições, além das palestras que ministro por todo o Brasil, eventos, gravações de DVDs e fotos para revistas. No início deste ano firmei meu primeiro contrato com o maior laboratório de suplementos alimentares da América Latina: a Probiótica. No ano de 2009 contei com o apoio da Fundesporte e do Governo do Estado de Santa Catarina.

Como é a sua rotina de treinamento?
Treino em dois períodos. Um treinamento com pesos, que tem a duração média de 2 horas, e outro de exercícios cardiovasculares com duração variável, dependendo da minha exigência.

Quais elementos tornam um treino bem sucedido?
Uma boa nutrição aliada a um bom descanso irá permitir que meu corpo reaja de forma mais eficiente aos estímulos oferecidos durante os exercícios. O inchaço (pump) muscular é um bom instrumento para medir tal reação.

O que torna o fisiculturista um profissional de sucesso?
A popularidade. Que será conquistada com o tempo, não só por meio de bons resultados, mas principalmente pela conduta como atleta.

Que profissionais o acompanham?
Trabalho com um dos mais renomados nutricionistas no mundo: o americano Chris Aceto. Conto também com a Carol Saraiva, que é personal trainer e responsável pela minha periodização, além de me acompanhar nas viagens.

Como é a sua dieta? Ela varia no período que antecede as competições?
Normalmente faço seis refeições diárias, compostas por proteína (clara de ovo, frango, peru, carne e peixe) e carboidrato ( batata, arroz, aveia e frutas). Basicamente a variação que ocorre no período pré-competicão é a diminuição da ingestão de calorias: como as mesmas coisas em menor quantidade.

Você usa algum tipo de suplemento alimentar?
Faço uso de todos os suplementos que podem me trazer benefícios de alguma forma. Meu foco são os suplementos que promovem aumento de massa magra e auxiliam na recuperação muscular, tais como aminoácidos e proteína em pó.

O que você pensa sobre o uso de anabolizantes entre os esportistas?
O uso de anabolizantes acontece com atletas de vários esportes.
As competições promovidas pela IFBB submetem todos os atletas aos chamados doping control, exames periódicos para detectar uso de substâncias proibidas. Já passei por estes testes diversas vezes e nunca tive problemas.

De que forma você trabalha sua saúde emocional?
Procuro estar em constante contato com minha família e amigos. Esse equilíbrio proporciona harmonização e um maior entendimento entre a vida pessoal e profissional.

Já sofreu alguma lesão que necessitou de tratamento ou que o afastou dos treinamentos?
Nunca me lesionei gravemente, mas tendinites são frequentes e muitas vezes são administradas ao invés de tratadas corretamente, em função do calendário que tenho que cumprir. Uma lesão nos flexores do punho foi a que me rendeu maior preocupação e trabalho, foi necessário me adaptar e optar por diferentes tipos de pegadas e exercícios que não a agravassem ainda mais. Hoje conto com a ajuda de um ótimo fisioterapeuta, Matheus Cardoso dos Santos, e sua equipe. A fisioterapia já faz parte da minha rotina diária há dois anos.

Você sofre algum tipo de preconceito por ser fisiculturista?
As pessoas tendem a criar estereótipos, ainda mais no Brasil ,considerado o país do futebol. Acredito que o fato de os veículos de comunicação incluírem notícias relacionadas ao bodybuilding em cadernos de variedades e não de esportes já me parece uma forma de preconceito. A falta de compreensão e de informação muitas vezes leva as pessoas a se tornarem preconceituosas, algumas até ignorantes.

Você se considera uma pessoa obcecada pela forma física?
De maneira alguma. Minha obsessão se limita aos objetivos que tenho como atleta. Normalmente estou em minha melhor condição física durante os meses frios de inverno, que coincidem com o calendário da liga profissional. O fisiculturismo é uma filosofia de vida.

Quais seriam os motivos para o Brasil ter poucos representantes do fisiculturismo?
O Brasil é um país com poucos representantes porém, com muitos praticantes. Isso se dá pelo fato da maior parte dos atletas amadores não deslancharem, por motivos financeiros diretamente relacionados a nossa cultura. A mídia tem um papel fundamental e esclarecedor no que diz respeito a todas as modalidades, inclusive aquelas que lidam diretamente com questões relacionadas à saúde e à estética.

Na sua opinião, o que precisa mudar, para o esporte ser respeitado e reconhecido no Brasil?
Enquanto existirem atletas que vão para TV levantar assistentes de palco nos braços e servirem de bobos da corte para milhares de telespectadores, continuará sendo transmitida a idéia de algo bizarro. Por culpa da mídia mal informada o fisiculturismo é visto de tal forma, e não como um esporte com federação e regras internacionais.



Qual a sua dica para quem se interessa pelo fisiculturismo profissional?
Que procure bons profissionais e cerque-se de informações fundamentadas cientificamente. Uma boa orientação pode fazê-lo ganhar tempo em sua carreira.
Aproveito para parabenizar a iniciativa da revista SuperAtletas em levar aos leitores informação e esclarecimento.
E para quem quiser saber mais sobre meu trabalho pode acessar o meu site oficial www.correabodybuilder.com.

 Para quem quer saber mais sobre o treino do Edu c., ele lançou este fim de semana, 12 de maio deu dvd de treino, para comprar, é só acessar o site dele.
  




   


 fontes: revista super atleta

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